Você já deve ter ouvido falar em Greenwashing. Traduzido como “lavagem verde”, essa é uma estratégia que consiste em promover ações sustentáveis que não são colocadas em prática. É o famoso “falar sem fazer”, o que pode gerar inúmeros prejuízos às marcas.
Entre os problemas causados por essa ação, estão as ações judiciais e o boicote dos consumidores, que estão conscientes e não permitem enganação. Mas, para evitar isso, muitas empresas adotando uma outra estratégia bastante duvidosa: o green hushing.
Silenciamento: o que é Green Hushing?
Preocupadas com a reputação e os riscos de reportar de forma errada suas ações ESG, surge um novo comportamento no setor corporativo: a preferência por não falar nada.
É o início de uma tendência em que as empresas não estão divulgando suas metas, ações e resultados voltados para os impactos socioambientais, mesmo aquelas bem intencionadas e com boas histórias para contar (e inspirar). Essa prática foi apelidada de Green Hushing, ou silêncio verde.
Segundo uma pesquisa da South Pole, consultoria suíça de financiamento de carbono, quase um quarto das 1,2 mil empresas europeias analisadas já praticam o silenciamento, não informando nada além do necessário.
O estudo explica as causas mais comuns do comportamento, com destaque para o receio das organizações em serem consideradas incompetentes (com resultados abaixo do previsto) ou, ainda, de serem acusadas. Nesse caso, o medo se refere ao greenwashing.
Por que isso é um problema?
O silêncio verde é um problema porque a divulgação de ações sustentáveis inspira outras organizações a fazerem o mesmo. Portanto, é uma maneira de inspirar o mercado, de gerar um efeito dominó positivo.
Além disso, é preciso entender que o não atingimento de alguma meta não é um demérito: basta dizer que descobriu o motivo e daqui para frente ele será solucionado. É uma postura humilde e que gera identificação.
ESG: relatórios socioambientais
É simples e vamos direto ao ponto: é um diferencial competitivo. Com consumidores cada vez mais conscientes e as comunicações falsas (propositais) em alta, só podemos saber o que uma marca faz, quando ela se comunica sobre o assunto.
E não é interessante apenas para o público final, mas também para a empresa como um todo, já que os investidores também estão de olho no ESG e em como os três pilares estão sendo desenvolvidos em um negócio. É positivo dos dois lados – para ganhar com o consumidor e com quem investe em você.
Então, as duas coisas (green hushing e greenwashing) são negativas. Nenhuma delas devolve resultados satisfatórios.
A transparência é o segredo
Além disso, a comunicação é múltipla. Não é apenas sobre reportar dados. As marcas devem usar e abusar das plataformas e canais para que consigam chegar a diversos públicos: funcionários, investidores e clientes. Afinal, essas iniciativas afetam toda a comunidade! E não esqueça: a chave do sucesso é a transparência.
Pense no que é importante para a organização e como as ações contribuem para um futuro mais sustentável. E isso vale de dentro para fora e vice-versa. Só é preciso encontrar a maneira certa (e verdadeira) de falar. É estar pronto para fazer a diferença, seja com resultados conquistados ou com inspirações para o mercado, promovendo um mundo melhor.
Gostou desse conteúdo? Saiba mais neste artigo do gerente executivo da Green Eletron e especialista em gestão ambiental, Ademir Brescansin.