No dia 27 de abril foi veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo, uma matéria importante sobre o desafio dos resíduos eletrônicos no Brasil e os caminhos que estão sendo desenvolvidos pelos atores do setor.
O tema está relacionado à economia circular, modelo que prevê o reaproveitamento de materiais pós-consumo, evitando desperdício e necessidade de extração de matéria-prima virgem da terra. Nesse caso, os envolvidos fazem parte de uma espécie de engrenagem. Quando uma parte não funciona, as outras também são prejudicadas.
Imagine que estamos falando de um fone de ouvido quebrado. A indústria buscou os insumos e produziu o acessório, o varejo disponibilizou e distribuiu e o consumidor comprou e utilizou e agora precisa descartar corretamente. Se algum desses atores não fizer a sua parte, o ciclo da economia circular fica incompleto e o retorno do insumo não acontece na indústria.
A quantidade de aparelhos eletrônicos inserida no mercado está aumentando drasticamente, sendo que muitos deles têm uma vida útil curta.
Somando isso ao fato da população não ter adquirido massivamente o hábito do consumo consciente – ainda – temos um resultado grave: toneladas e mais toneladas destinadas a aterros sanitários.
Dessa forma, os prejuízos para o meio ambiente são difíceis de medir, mas podemos resumir na contaminação do solo e da água, já que esses produtos têm substâncias perigosas no seu interior, como metais, por exemplo.
Na sequência, também saem perdendo a fauna, a flora e a saúde humana, já que grande parte da nossa alimentação vêm dos animais, dos rios ou oceanos e da terra. Por isso, evitar que os resíduos sejam encaminhados do jeito errado é uma luta pela nossa vida no planeta.
Além disso,quando descartados de qualquer maneira, os recursos destes aparelhos não são recuperados e são perdidos para sempre, aumentando a necessidade de extrair novos recursos naturais. Já deu para perceber que todos perdem, né?
Trazendo o recorte para o Brasil, são geradas 2,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano, o que leva o país ao quinto lugar entre os maiores produtores do mundo. O dado é impactante e mostra a dimensão do problema.
Em 2019 nasceu o início de uma solução – ou ao menos um guia para contornar essa situação -, o Acordo Setorial para a Logística Reversa de Eletroeletrônicos, que foi transformado no Decreto 10.240/2020 pelo Ministério do Meio Ambiente. Antes, em 2010, já estava em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei voltada para abrir oportunidades de avanço no setor.
O conteúdo do Jornal Nacional deixa evidente que a solução é coletiva. Ou seja, o problema não será resolvido se todos não participarem ativamente da economia circular.
Mas a verdade é que muita gente ainda não adotou ações que garantam o retorno dos produtos à indústria, seja com o hábito de entrega dos seus aparelhos em coletores específicos (consumidores) ou com iniciativas que ajudem a conscientizar e facilitar o processo (mercado e governos).
O movimento “Eletrônico Não é Lixo” é uma frente de educação da Green Eletron, que promove ações e pesquisas sobre os resíduos eletrônicos no Brasil, visando incentivar o público e as empresas na adoção de práticas sustentáveis.
Se você quer aprender mais sobre o lixo eletrônico, fica a dica: acompanhe Instagram, Facebook e YouTube. As páginas trazem informações e dicas interessantes para ajudar a população nesse contexto.
Outras entidades e empresas também têm desenvolvido projetos interessantes, como a Reciclus, que conta com um sistema de coleta e destinação ambientalmente correta de lâmpadas fluorescentes tubulares e compactas, de vapor de sódio, vapor de mercúrio e luz mista. Além disso, a entidade conduz o programa Reciclus Educa, que oferece cartilhas físicas para estudantes de 6 a 12 anos, curso de capacitação de professores em educação ambiental, além de materiais para download.
Também contamos com um personagem especial nessa luta, o Leo, da Panasonic. O mascote, especialista em pilhas, é conhecido como “rei da energia”. Além de levar informações sobre a importância do descarte correto de pilhas e baterias, ama cuidar dos seus amiguinhos e do meio ambiente.
Como estamos falando de um desafio grande e com muitas parcelas da população envolvidas, é importante lembrar que as ações não se anulam, mas se somam. Em um país tão grande como o Brasil, a logística reversa é complexa. Então, quanto mais gente interessada em resolver, melhor será o resultado.
Curtiu esse conteúdo? Siga o movimento “Eletrônico Não é Lixo” e os outros projetos mencionados aqui e faça parte dessa causa! E que tal dar uma conferida na segunda edição da pesquisa “Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2023”?
Saiba mais sobre descarte correto de lixo eletrônico no vídeo abaixo: