A quantidade de lixo produzida pelas atividades humanas é um problema global. Notícias sobre o impacto do plástico, metal, vidro e papel no meio ambiente estampam as capas de jornais diariamente. Uma das soluções mais importantes para esse problema é a reciclagem.
Mas há outro tipo de lixo produzido pelo homem que está causando danos ao planeta e que, muitas vezes, passa despercebido. Todos os dias geramos toneladas de lixo eletrônico, resíduo que pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente. Mesmo assim, pouco se fala sobre este assunto, assim como o reaproveitamento dos itens, em uma economia verdadeiramente circular.
O quadro, porém, está mudando: de acordo com a pesquisa ‘Resíduos eletrônicos no Brasil – 2023’, 88% dos entrevistados já ouviram falar em lixo eletrônico, e 72% dos participantes já levaram algum eletroeletrônico para um coletor. São números positivos, mas como os dados sobre a reciclagem ainda são iniciais, é necessário incentivar o hábito ainda mais.
Por que precisamos falar de lixo eletrônico?
O lixo eletrônico é um dos que mais cresce no mundo. Segundo a pesquisa realizada em 2019, pelo E-Waste Monitor, a quantidade de resíduos eletrônicos gerados chegou a 53,6 milhões de toneladas no ano. Isso significa que cada pessoa no planeta gerou cerca de 7,3 quilos de lixo nesse período!
E esse número tende a aumentar: a previsão é de que em 2030 sejam descartadas 74 milhões de toneladas no mundo.
Esse problema fica ainda maior se levarmos em conta a falta de conhecimento da população sobre o tema – desde o ciclo de vida dos aparelhos, começando na produção e passando pelo consumo, até os danos ambientais causados pelo descarte incorreto.
Parte da solução é a veiculação de matérias na mídia, um um dos meios de influência mais importantes atualmente. Com ela, é possível chegar em diversos públicos, incentivando-os a compreender e a fazer a manutenção de seus dispositivos (antes de descartar), a investir em produtos mais sustentáveis e fáceis de reciclar (na hora da compra), além de mostrar para onde os produtos vão depois que nos desfazemos deles, causando impacto negativo no meio ambiente.
As políticas públicas também têm um papel fundamental para incentivar a prática correta do descarte. E os órgãos fiscalizadores, por sua vez, têm o importante papel de avaliar, e, em casos de descumprimento das leis, aplicar as punições cabíveis.
Porém isso não é suficiente. Por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos está vigente a mais de uma década, e pouca coisa evoluiu desde então. Para uma mudança efetiva, todos devem fazer sua parte.
As companhias também fazem parte da cadeia de produção e têm sua responsabilidade. As empresas têm o dever de recolher seus resíduos, permitindo que a logística reversa aconteça e a reciclagem também, consequentemente.
E, veja só… estar dentro da lei ou ir além do que ela pede, é um diferencial competitivo para as marcas. Um bom exemplo de multiplicadores desse discurso e trabalho de conscientização, o Instituto Akatu, sempre frisa que o mercado e os consumidores estão cada dia mais exigentes e de olho nessas pautas.
Por enquanto, temos o Acordo Setorial para a Logística Reversa de Eletroeletrônicos, assinado pelo Ministério do Meio Ambiente. A Green Eletron foi uma das entidades ambientais que ajudaram no desenvolvimento do documento, que estabelece diretrizes e metas de reciclagem para fabricantes, importadores, distribuidores e varejistas de produtos eletroeletrônicos de uso doméstico e seus acessórios.
Como posso contribuir?
E como você, cidadão, pode contribuir com isso tudo?
Sabe aquele celular que você usa para ligar para alguém ou acessar suas redes sociais, ou o secador de cabelo, a panela elétrica, as pilhas do controle remoto? Tudo isso (e outras coisas que dependem de energia elétrica ou pilha e bateria para funcionar), depois do uso, torna-se resíduo ou lixo eletrônico.
Nenhum desses equipamentos pode ser descartado no lixo comum e nem na coleta seletiva tradicional. Os itens contêm resíduos que, quando em contato com o solo ou água, poluem o meio ambiente. Assim, podem chegar à flora e à fauna e, consequentemente, à nossa saúde.
Para descartar do jeito certo, procure um dos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) da Green Eletron, que estão espalhados em diversas cidades do país. Atualmente, são mais de 10 mil coletores de eletroeletrônicos e pilhas preparados para receber seus equipamentos em desuso ou sem utilidade.
Para encontrar o mais próximo, basta acessar o localizador. Caso não encontre, você pode solicitar o orçamento para uma coleta em casa, serviço que recolhe os itens na sua residência. Essa é uma opção interessante, também, caso tenha muita coisa acumulada, hein?
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