A indústria responsável pela produção de aparelhos eletroeletrônicos desempenha um papel fundamental na logística reversa no Brasil. Com a rápida e constante evolução tecnológica, o consumo de dispositivos pela sociedade cresce constantemente, o que pode causar um grande impacto ambiental, devido ao descarte incorreto desses produtos.
Vale lembrar que a criação de políticas voltadas à economia circular não é apenas uma questão de preocupação ou propósito, trata-se de uma lei, conforme previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a responsabilidade por esses resíduos é compartilhada, incluindo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
O processo ajuda a resolver o desafio dos resíduos sólidos no país, atenuando os impactos ambientais, além, é claro, de ser uma ferramenta para promover a sustentabilidade e o ESG (Ambiental, Social e Governança).
E como a indústria entra neste ciclo? Pensando nos eletroeletrônicos e pilhas que já não tem mais utilidade e devem ser descartadas pelo consumidor, o papel dela é viabilizar a reciclagem dos itens, por meio da destinação final ambientalmente adequada desses produtos. Assim, é possível evitar que o descarte incorreto, ou seja, que acaba em meio a natureza, contaminando água e solo, diminua. A recuperação dos aparelhos, por meio da logística reversa, pode acontecer de maneira individual (promovida pela própria empresa) ou de forma coletiva (como no caso da entidade gestora Green Eletron, que faz a gestão de todo este sistema para as suas associadas).
Já vemos, há algum tempo, um movimento da indústria para adotar políticas e práticas neste sentido. Entre elas estão a instalação de pontos de coleta específicos para esses materiais, como forma de motivar a população a realizar o descarte correto desses equipamentos, além de projetos de conscientização e comunicação de incentivo à população.
Somente no sistema da Green Eletron, existem mais de 109 empresas fabricantes e distribuidoras de eletroeletrônicos e pilhas, que, como associadas, contribuem com a destinação final ambientalmente adequada dos aparelhos descartados, garantindo que, após a reciclagem, eles serão transformados em novas matérias-primas podendo retornar à cadeia produtiva, dando vida a outros itens.
O programa já disponibiliza mais de 1.161 PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) de eletroeletrônicos, em 24 estados e no DF, e cerca de 8.390 exclusivos para a entrega de pilhas, em todo o país. Os coletores recebem os materiais, facilitando a participação dos consumidores, que são parte fundamental para o sucesso do sistema de logística reversa.
Apenas no ano passado, a entidade reciclou mais de 4,6 mil toneladas de resíduos deste tipo.
Para incentivar a reciclagem, a indústria também pode desenvolver ações complementares, como o design circular, que tem o objetivo de pensar em produtos ambientalmente responsáveis em todos os estágios, desde os insumos até a fabricação, além das possibilidades de reciclagem no pós-consumo.
Os dispositivos que contam com uma desmontagem mais simples, por exemplo, facilitam o trabalho dos profissionais de reciclagem. Outra questão, neste aspecto, é a possibilidade de prolongar a vida útil dos produtos, o que leva à menor necessidade de troca e descarte. Outra iniciativa interessante é a escolha de opções biodegradáveis, planejadas para terem uma decomposição mais rápida.
Existe também o papel de informar, conscientizar, permitir a participação dos cidadãos. É necessário explicar para as pessoas que incluir hábitos sustentáveis, como ir a um PEV e levar um eletrônico ou pilha em desuso para o sistema de logística reversa correto faz muita diferença e ajuda a promover um futuro mais sustentável.
O movimento Eletrônico Não é Lixo, criado em 2020 pela gestora, atua com este objetivo. Sem a iniciativa de todos os elos da cadeia produtiva (indústria, varejo, sociedade), dificilmente será possível perceber evoluções no setor. Então, deixamos aqui uma provocação: você já faz a sua parte?
Veja aqui alguns mitos e verdades sobre o lixo eletrônico:
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Descarte Responsável de Lixo Eletrônico: Solução Sustentável - NOGUEIRA DIGITAL
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