Você já ouviu falar do The Global E-Waste Monitor? Trata-se de um relatório feito pela Universidade das Nações Unidas, em parceria com diversos órgãos internacionais, que levanta dados qualitativos e quantitativos sobre a gestão do lixo eletrônico em todo o mundo. A última edição, publicada no início deste mês, apresenta o cenário dos resíduos eletrônicos em 2019. O Brasil, por exemplo, produziu 2,1 milhões de toneladas de resíduos ano passado, figurando no quinto lugar do ranking mundial de produção, e primeiro lugar no cenário latino-americano. O documento não apresenta dados atualizados do quanto desse montante foi reciclado, mas estima-se que seja menos de 3%.
Apesar de a geração nacional de lixo eletrônico ter sido de 10,2 kg per capita em 2019, e não estarmos nem entre os 20 maiores geradores nesse quesito, nosso montante total fica elevado devido ao grande número de habitantes do Brasil. Além disso, o relatório enfatiza nosso país como um dos destaques da América Latina, já que somos um dos poucos que atualmente desenvolvem políticas públicas de gestão desses materiais. México, Costa Rica, Peru e Colômbia já têm iniciativas solidificadas sobre o tema, mas países como Argentina, Uruguai e Paraguai não possuem legislação específica para materiais eletrônicos.
É por meio de iniciativas como as da Green Eletron, de promover o descarte responsável desse tipo de material por meio de ações com a população e com o governo, auxiliar empresas a tratarem corretamente seus resíduos e incluir os consumidores no ciclo da logística reversa, que o Brasil tem potencial para diminuir sua geração anual. Desde o início de suas operações, em 2017, a gestora já reciclou mais de 445 toneladas de eletrônicos (mais de toda a produção de Tonga, pequeno país da Oceania).
Além disso, o setor é guiado pelo Decreto 10.240/2020, documento que prevê a reciclagem do equivalente em peso a 17% dos produtos colocados no mercado por fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de equipamentos eletroeletrônicos de uso domiciliar até 2025. O decreto foi promulgado em fevereiro de 2020, ou seja, ainda deveremos sentir seus benefícios com maior intensidade.
Outras descobertas do relatório
O The Global E-Waste Monitor nos apresenta outros dados interessantes sobre a gestão mundial do resíduo eletrônico. Descobriu-se, por exemplo, que quanto maior a renda das famílias, maior o volume gerado – mesmo num cenário em que famílias de baixa renda tinham, em média, duas vezes mais membros.
A geração mundial é composta em 42% por equipamentos de pequeno porte, 31% de grande porte e 26% de aparelhos de climatização de ambientes. A Ásia e América são, respectivamente, os dois continentes que mais geraram lixo eletrônico em 2019. Constatou-se também que ano passado 71% da população mundial vivia sob alguma política ou legislação para esse tipo de resíduo, 11 países a mais do que em 2016 (última edição do relatório).
Promovendo a gestão dos resíduos eletrônicos
Em 2017, a Universidade das Nações Unidas começou a colaborar com a União Internacional de Telecomunicações (ITU) e com a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA) para promover iniciativas de mapeamento e educação ambiental, com foco nos eletroeletrônicos, em diversos países. Entre 2017 e 2020, 60 países participaram de oficinas sobre esse tipo de resíduo e 9 países (fora da União Europeia) se motivaram a criar políticas públicas de gestão desses materiais.
2 Comentários
Lismaura moreira lordelo
Diante de tudo de toda amostra devemos reconhecer de fato a conscientização devo pessoas
Green Eletron
Com certeza, Lismaura! A conscientização das pessoas é uma importante ferramenta para garantir o futuro do planeta.