O mundo está cada dia mais digital e tecnológico. Com isso, são desenvolvidos novos aparelhos para ajudar em nossa rotina e, com cada atualização, eles se tornam mais acessíveis e potentes, permitindo uma série de novas funcionalidades que as versões anteriores nem sequer cogitavam. Com isso, os eletrônicos se consolidam como peças fundamentais na nossa sociedade. No entanto, em algum momento estes equipamentos perderão suas funções, seja pela quebra, defeito ou tempo avançado de uso e esse cenário cria um problema: o lixo eletrônico.
O Brasil gerou 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico em 2016, segundo a Universidade das Nações Unidas (UNU). O WEEE (Waste Electrical and Electronic Equipment) Forum, instituição sem fins lucrativos europeia que coordena a ação de gestoras da logística reversa de eletroeletrônicos pelo mundo, estima que teremos descartado mais de 50 milhões de toneladas no mundo até o fim de 2019 e esse número deve crescer de 3% a 4% nos próximos anos. Apenas 20% desse número é reciclado ou tem uma destinação correta.
O Brasil é um dos 67 países que possui uma legislação sobre a destinação correta do lixo eletrônico. Em 2010, foi assinada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que organiza a forma como o setor público e privado devem tratar os resíduos. A PNRS indica que a responsabilidade pela logística reversa de alguns produtos, dentre eles, os eletroeletrônicos, pilhas e baterias, deve ser dos fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores. Desde então, entidades do setor trabalharam no texto para um Acordo Setorial para Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos e seus Componentes, que foi assinado no dia 31 de outubro de 2019.
Com a criação de metas de recolhimento e reciclagem nacionalmente e o comprometimento da Indústria, será possível eliminar da natureza milhares de toneladas de lixo eletrônico já em 2020. Até 2019, foram recicladas pela Green Eletron cerca de 500 toneladas.
Além disso, a prática estimula a Economia Circular, que garante segurança econômica, geração de novos empregos e empresas, menos impacto para o meio ambiente com a redução de resíduos descartados e até mesmo a criação de novas tecnologias. Outro benefício é a diminuição da necessidade de extrair novos recursos naturais, que tem como consequência a redução do uso de energia e da produção de CO2.
O Acordo Setorial é mais um passo para uma sociedade sustentável.