Quase meio bilhão de pequenos equipamentos eletrônicos, como cabos e carregadores, foram descartados em 2023 no Reino Unido, segundo pesquisa da Material Focus, ONG dedicada ao incentivo à reciclagem.
Esses itens fazem parte do que chamamos de “fast tech” e são o tipo de lixo eletrônico que mais cresce em solo britânico de acordo com o estudo. Mas afinal, o que isso significa?
O que é “fast tech”?
Traduzido como “tecnologia rápida”, é a versão eletrônica do que já conhecemos como “fast fashion” ou “fast food”. O termo refere-se a pequenos equipamentos elétricos e eletrônicos, de baixo custo e consumo rápido (e é aqui que mora o problema).
Estamos falando de produtos com preços mais acessíveis e que, por isso, costumam ter uma vida útil muito curta, o que os tornam descartáveis, algo que não é interessante para o planeta.
Impacto nocivo ao meio ambiente
Mas, entrando no tema dos resíduos sólidos, esse tipo de tecnologia é uma forma de aumentar a geração de lixo eletrônico (categoria que engloba produtos eletroeletrônicos, baterias, pilhas e lâmpadas LED). Como o descarte incorreto desses itens ainda é muito comum – no lixo comum ou pela coleta seletiva tradicional -, a consequência é bastante negativa.
Isso porque quando os aparelhos chegam aos locais inadequados, como os lixões, existe o risco de haver a contaminação do solo e da água, gerando prejuízos para a flora, a fauna e a saúde humana.
Por isso, é muito importante ter um cuidado especial na hora de jogar suas pilhas e eletrodomésticos fora, viu?
Segurança comprometida
Além disso, para ter um custo inferior aos concorrentes, os fast techs não são produzidos respeitando as normas de segurança. Ou seja, os problemas são muitos: além de quebrarem mais rápido, os itens também colocam o usuário em risco.
Ainda de acordo com a pesquisa mencionada no início do texto, os ingleses guardam, em média, pelo menos 30 itens eletrônicos deste tipo em casa. E no Brasil esse cenário também existe.
Segundo a pesquisa “Lixo Eletrônico no Brasil”, da Green Eletron, quase nove em cada 10 entrevistados (85%) costumam guardar algum tipo de lixo eletrônico em casa, como celulares (65%), fones de ouvido (42%) e carregadores (25%).
E por que isso gera impactos negativos? Porque impede o retorno da matéria-prima dos aparelhos para a cadeia produtiva. Com isso, será necessário extrair mais recursos da natureza, em vez de reutilizar aqueles que já foram extraídos.
Lembramos aqui que esses materiais (como o cobre e o zinco, por exemplo) são finitos! Então, aumentar a exploração não é um bom negócio
A circularidade como solução
Permitir a reciclagem dos resíduos é a tão famosa economia circular, que propõe uma nova forma de pensar o ciclo de produção, consumo e descarte.
Se no modelo econômico linear o estágio final dos produtos é o lixo, no modelo circular inserimos outras fases: o reparo, o reúso, a remanufatura ou reciclagem. É dar uma nova vida ao que parecia inservível.
Como posso contribuir?
E como você, cidadão, pode contribuir com isso tudo?
O primeiro passo é consumir menos, otimizando ao máximo a duração dos seus itens. Se, mesmo com todo cuidado, eles pararem de funcionar, verifique se há possibilidade de conserto. Além de ser uma economia, pois evita a troca por um novo, o meio ambiente agradece.
Caso precise descartar algum produto, a forma adequada é procurar um PEV (Pontos de Entrega Voluntária), como os da Green Eletron, que estão espalhados em diversas cidades do país e recebem os equipamentos sem custo algum.
São mais de 10 mil coletores de eletroeletrônicos e pilhas preparados para receber esse tipo de resíduo. Todo o volume recolhido é enviado à reciclagem.
Para encontrar o ponto mais próximo, acesse o localizador (eletroeletrônicos, pilhas e baterias). Se preferir, você também pode solicitar um orçamento para coleta em casa.
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