Vozes da Sustentabilidade

Andreia Campbell comenta ações da Epson em logística reversa e destaca Green Eletron como ativo estratégico para governança ambiental

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1. Você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional? Qual foi o caminho percorrido até o seu cargo atual e de que forma ele se conecta com sustentabilidade?

Sou formada em Engenharia Florestal pela ESALQ/USP e, logo após me formar, trabalhei em uma ONG voltada ao setor de florestas plantadas. Neste local, trabalhei com certificações florestais como FSC e Cerflor e certificação de sistema de gestão ambiental ISO 14001. Interessei-me por esses temas e busquei me aprimorar visando atuar nessa área. Fiz especialização em gestão ambiental na FSP/USP, mestrado em tecnologia ambiental no IPT e MBA em Gestão da Sustentabilidade na FGV, além de cursos de curta duração. Trabalhei na empresa Itautec como supervisora ambiental e estou na Epson do Brasil, desde 2011, como Regional Manager de Meio Ambiente e Regulatório. O conhecimento técnico e a experiência adquirida nessa trajetória profissional foram a base para garantir uma jornada sólida na área ambiental/sustentabilidade e fortalecer ações que proporcionam que a empresa esteja alinhada com regulações ambientais, certificações e práticas sustentáveis. Mais do que isso, essa base me permite contribuir diretamente para a estratégia ESG da organização e a visão ambiental global da Epson 2050, que busca neutralizar as emissões de carbono e eliminar o uso de recursos subterrâneos. 

 

2. Como a sua empresa interpreta a legislação de logística reversa no Brasil? Quais são os principais desafios e oportunidades para o negócio nesse contexto?  

A Epson interpreta a legislação brasileira de logística reversa, especialmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos, não apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade estratégica e um pilar central para o nosso compromisso global com a sustentabilidade. Nosso país tem um papel crucial na implementação da economia circular, e a Epson está alinhada com esse esforço, promovendo a reciclagem e o reaproveitamento de materiais. Nesse sentido, a Epson está engajada na logística reversa pós-consumo desde 2010, com o suporte e investimento contínuo da nossa matriz no Japão. 

 Apesar do avanço do Brasil na área, a operação de logística reversa pós-consumo ainda enfrenta obstáculos logísticos e de infraestrutura. Os principais desafios são o alto custo do frete para as coletas realizadas em um país de dimensões continentais e a baixa capilaridade da rede de empresas de reciclagem/tratamento de resíduos eletrônicos em muitas regiões. 

Por outro lado, há diversas oportunidades de negócio como a reutilização de materiais na economia circular e o fortalecimento da imagem corporativa. A própria realização da COP no Brasil neste ano serve como um marco para impulsionar e acelerar esse debate e soluções no país. 

3. Como a parceria com a Green Eletron tem contribuído para que a sua empresa fortaleça sua governança ambiental e atenda às exigências regulatórias para o descarte correto de seus produtos?  

A parceria com a Green Eletron é um ativo estratégico para a governança ambiental da Epson no Brasil. Sendo uma das primeiras empresas associadas, construímos uma relação sólida que nos garante segurança regulatória e excelência operacional.
Essa parceria não só garante a conformidade total com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), assegurando que o descarte dos produtos pós-consumo seja feito de forma ambientalmente adequada, como também fortalece nossa estrutura de compliance. 

Em termos de governança, o trabalho conjunto nos permite o reporte anual transparente e comprovado do atendimento das metas de volume e pontos de recebimento ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Além disso, a Green Eletron é fundamental na realização de campanhas de conscientização que educam o consumidor sobre a importância do descarte correto, completando o ciclo da responsabilidade estendida do produtor. 

 4. Para quem deseja ingressar nesta área com foco em sustentabilidade, quais habilidades e conhecimentos você considera essenciais? 

Para quem deseja ingressar na área de sustentabilidade corporativa, o essencial é aliar o conhecimento técnico sólido a um conjunto de habilidades que combinam relações interpessoais e visão estratégica.  

Como a sustentabilidade permeia todas as áreas da empresa, ter uma visão sistêmica é fundamental. Isso permite que o profissional compreenda como as decisões em diferentes setores, da cadeia de suprimentos ao marketing, impactam os objetivos ambientais e sociais da organização. Essa capacidade sistêmica não só favorece a integração entre áreas, como também é o motor para a criação de soluções eficazes, inovadoras e que geram valor de longo prazo para o negócio e a sociedade.